A importância da Espiritualidade no processo da cura

"É parte da cura o desejo de ser curado". (Seneca)

Para muitas pessoas quando falamos sobre espiritualidade automaticamente é associado à religião, entretanto, esta associação é errada, pois são distintas. Ela “não esta ligada com uma realidade superior” (GIOVANETTI, 2005, p. 136), se existe um ser divino, e quem é este ser. Por isso a espiritualidade não esta relacionada com a religião, ou religiosidade. Segundo o filosofo e teólogo Leonardo Boff (2006), espiritualidade é a construção de significados que o sujeita da à vida. É portanto, individual e parte da ideia que a vida transpõe aquilo que pode ser visto, tocado – rompe o aspecto físico do mundo. É a capacidade do ser humano de enfrentar o sofrimento e a dor, a capacidade de criar valores e encontrar significado e sentido para diversas situações da existência humana (FRANKL, 1991, p. 18). Por um tempo foi compreendida que a ciência e a espiritualidade andavam em caminhos opostos. Contudo, a ciência moderna, juntamente com a Organização Mundial da Saúde (OMS), compreende a espiritualidade como contribuição no processo de enfrentamento da doença. Assim, ocorreu um grande interesse em aprofundar os estudos e investigações nesta área por médicos, enfermeiros e psicólogos que compreende este aspecto como auxilio no processo do tratamento e cura de doenças, pois é na espiritualidade que se apoia a esperança em enfrentar as dificuldades, sofrimentos, dores, frustrações, impotência. Não importa de qual doença estamos falando, seja biológica ou psicológica, no corpo ou na mente. De acordo com as pesquisas realizadas pessoas com espiritualidade enfrentam situações adversas (estresse) com mais sucesso, isso está associada a menor probabilidade de depressão. Em pacientes deprimidos que se encontram hospitalizados, foi constatado que aqueles com espiritualidade necessitar menos de assistência médica, e permanecem em um menor período de internação. Em muitos estudos, a espiritualidade bem desenvolvida proporciona um fator de proteção a sofrimentos psicológicos, suicídios, comportamento delinquente e abuso de drogas e álcool. Tudo isso, gera um grande equilíbrio das funções do sistema nervoso, como a produção necessária de hormônios a alta imunidade. Entretanto, quando a espiritualidade é associada com religiões que compreendem a doença como castigo divino, punição, ou uma forma de pegar pelos pecados cometidos. Neste caso, a vivência da espiritualidade e a crença contribui para o aumento da ansiedade, depressão e até de mortalidade. A espiritualidade é um campo a ser cultivado e desenvolvido de forma pessoal, como práticas meditativas, momento de interiorização, exercícios espirituais. Pacientes que utilizam da espiritualidade para lidar com sua doença podem influenciar na cura, pois são considerados inúmeros benefícios que contribuem para qualidade de vida, tanto biologicamente como psicologicamente. Como vai sua Espiritualidade?

Referência Bibliográfica BARRIO, L. Religião e espiritualidade influenciam índices de qualidade de vida. Jornal da USP, São Paulo, 05 de dez. de 2017. Disponível em: <https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/religiao-e-espiritualidade-influenciam-indices-de-qualidade-de-vida/>. Acesso em: 20 de out. de 2020. BOFF, L. Espiritualidade um caminho de transformação. Rio de Janeiro: Sextante, 2001. FRANKL, V. Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração. Petrópolis: Vozes, 1991. GIOVANETTI, José Paulo. Psicologia e espiritualidade. In: AMATUZZI, Mauro Martins (org.) Psicologia e espiritualidade. São Paulo: Paulus, 2005. p. 129-145. SAAD, M.; ALMEIDA, C. I. de. Medicina Integrativa. Rev. Einstein: Educ. Contin Saúde, v. 6, n. 3, p. 135-136, 2008. World Health Organization. Division of mental health and prevention of substance abuse. WHOQOL and spirituality, religiousness and personal beliefs (SRPB). Genève: 1998 (Report on WHO consultation).